DOURADOS - PONTA PORÃ (MATO GROSSO DO SUL)
20.03.2003
Na agenda preparada pela UNIDERP foi incluída uma viagem às cidades de Dourados e Ponta Porã, para conhecer as bibliotecas das unidades acadêmicas locais.
Waldemar Ottani, vice-reitor da UNIDERP, Antonio Miranda, o escritor Manoel de Barros, Fernanda Gomes de Araujo, e o reitor Pedro Chaves dos Santos Filho.
Fomos num carro institucional, com ar refrigerado para minimizar o calor da região, com a bibliotecária Cláudia da Biblioteca Central, como anfitriã e acompanhante. Ela é formada pela escola de Londrina e está na região há vários anos. Uma pessoa muito esforçada, com muita prática na área (já fez uma especialização) e está sempre bem humorada, entusiasmada com o trabalho.
A viagem é longa — são 224 km — por estrada em bom estados de conservação, atravessando amplas planuras em que estavam terminando a colheira de soja e iniciando o plantio do milho.
Dourados é uma cidade próspera, com um comércio de proporções regionais, belas e bem arborizadas avenidas, tudo fruto de um recente progressos do chamado “agrobusiness”.
A unidade local da UNIDERP atrai alunos das cidades e fazendas vizinhas, além de um colégio (o MACE, do mesmo grupo empresarial). As instalações, como de Campo Grande, são modernas, limpas, bem aparelhadas, com muitos computadores, e pessoal qualificado, embora continue recebendo professores que vêm semanalmente da Capital. A unidade é nova, e compreende os cursos de Veterinária e Administração.
Fui agraciado com um belo almoço num belo restaurante, no centro da cidade, com o pessoal mais elevado na administração local, entre eles a recém-mestra, autora de uma obra coletiva sobre a Literatura do MS. No caso dela, o tema sé a poesia de Manoel de Barros.
Continuamos a viagem na direção de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Com a elevação exagerada na estação do dólar, a cidade entrou em crise porque boa parte da renda municipal — além da agricultura e pecuária — dependia do comércio na vizinha cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, da qual é separada apenas por uma avenida. As duas cidades são gêmeas, interligadas e sem qualquer barreira ou polícia de fronteira.
Foto: Facebook
Certamente que o contrabando constitui outra fonte de renda, além do turismo, que apesar do custo da moeda norte-americana, deve continuar nas duas direções da divisa territorial.
A biblioteca local, mesmosem livre acesso às estantes, é um orgulho para a cidade por causa das instalações, da atualidade do acervo, pelo acesso à internet aos seus usuários se tem uma bibliotecária formada (em Londrina) à frente dos serviços.
Na vizinha Pedro Juan Caballero, o comércio está decadente, muitas lojas fechada e os preços menos atrativos que antes. A cidade é promíscua, suja, desordenada, sem maiores atrativos. A única “tienda” de livre funcionamento sé a Casa China Shopping, o resto é de lojas modestas e de barracas de um camelódromos nas calçadas. Ao contrário, Ponta Porã é limpa, com uma bela avendida central e uns primeiros edifícios de apartamentos.
A viagem de regresso — 112 km para Douradoss e 224 km de lá para Campo Grande foi durante a noite, com muitas carretas que transportavam a soja, para o litoral, mas a conversa foi muito animada.
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